Teorias, Crenças e Mitos
Existem muitos mitos e preconceitos sobre a Hipnose. Talvez isso aconteça, devido a uma das formas de hipnose, convencionalmente designada por “Hipnose de Palco”, que é mostrada em filmes, desenhos animados e telenovelas de forma totalmente errónea, denegrindo assim a imagem da hipnose terapêutica. Muitos criticam-na sem ter qualquer conhecimento do que é, como funciona e para que serve.
Transe hipnótico não é inconsciência
Traçados eletroencefalográficos de pacientes em transe, mesmo profundo, aparentemente adormecidos, revelam ondas alfa características do estado de vigília em relaxamento.
O cliente em transe percebe claramente o que ocorre à sua volta, e pode relatá-lo.
Durante este processo, o grau de suscetibilidade à hipnose é medido pela capacidade das pessoas em desconectar a sua consciência do mundo exterior e se concentrar em experiências sugeridas pelo hipnólogo. Quanto maior for essa capacidade, maior serão as possibilidade do cliente desenvolver fenómenos hipnóticos sugeridos
Quando a pessoa está hipnotizada, ela está a dormir?
Não. O nome Hipnose tem como origem o Deus grego do sono chamado Hypnos e foi utilizado pela primeira vez em 1843 por um físico Inglês chamado Dr. James Braid. Este nome pode causar a impressão errada de que hipnose é a mesma coisa que sono.
Mas… transe hipnótico não é sono, apesar de algumas pessoas ficarem tão relaxadas que podem adormecer. No entanto, isso não é um problema porque uma parte da mente continua a ouvir a voz do hipnólogo... mas há muitas sessões que isso será totalmente evitado, para que a pessoa possa fazer os exercícios propostos.
No estado de hipnose os reflexos estão presentes, enquanto, num estado natural de sono os reflexos são diminuídos ou inexistentes.
A pessoa hipnotizada fica inconsciente?
Quase todos nós encaramos com algum temor ou desagrado a possibilidade de perder a consciência. Na verdade, isso não acontece. A pessoa é capaz de perceber o que se passa à sua volta e está totalmente consciente.
Todas as pessoas podem ser hipnotizadas?
Noventa por cento das pessoas podem ser hipnotizadas sem problemas. Não é possível hipnotizar uma pessoa que tenha algum tipo de debilidade mental. É necessário imaginação e boa vontade para cooperar e aceitar as sugestões. A melhor pessoa a ser hipnotizada é aquela que é criativa e possui motivos para ser hipnotizada.
Quanto mais profundo for o estado hipnótico maiores serão os resultados?
Não é necessário estar num estado hipnótico profundo para se beneficiar da hipnose. Muitos resultados e a maioria dos trabalhos com hipnose são feitos a partir de um estado de hipnose leve.
Quando estou sobre hipnose perco algum modo o controlo sobre mim próprio?
Não!
Entrar em hipnose é entrar num estado natural idêntico ao do sonho acordado, portanto não é dormir. Logo, não se perde o controlo nem se pode manipular, ou seja, a pessoa tem sempre total liberdade, como em qualquer psicoterapia, para avaliar as circunstâncias e optar pelos caminhos da sua mudança, não podendo nunca ser manipulada. O terapeuta, em conjunto com o cliente, define o processo terapêutico e é sobre ele que trabalham.
Existe a possibilidade de não conseguir sair do transe hipnótico?
Não!
Assim como, ao longo do dia se entra e sai de estados leves de transe (quando estamos absorvidos em alguma coisa importante ou interessante), também durante uma sessão de hipnoterapia o despertar é normal. Ainda que, em hipnose, o estado de relaxamento físico e mental seja mais profundo, aquilo que poderia acontecer, em última instância seria adormecer e acordar muito mais relaxado.
Vou lembrar-me de tudo o que se passou durante a sessão de hipnose?
Normalmente, a pessoa lembra-se de tudo no final da sessão. Porém, dependendo da duração da sessão, do nível de transe atingido, ou da própria abordagem terapêutica, há por vezes um cansaço temporário. No entanto, tudo o que seja realmente importante, irá recordar-se sempre. Acontece que, por vezes, a restante informação que advém da sessão terapêutica demora mais tempo a ser processada. Mas nunca se esquece, ou desaparece. É aliás este material que vai fazendo evoluir a terapia, criando as novas perceções e cognições que culminam com a mudança a que a pessoa se propõe.